quinta-feira, 16 de julho de 2009

Palacete Pinho agoniza

Chamboré tem vergonha do descaso:

*A paralisação nas obras de recuperação do Palacete Pinho, localizado na rua Doutor Assis, no bairro da Cidade Velha, tem preocupado a vizinhança do prédio. Não bastasse o descaso, os moradores reclamam da falta de segurança na área, uma vez que o palacete tem servido de abrigo para bandidos. Ao ser questionada, no ano passado pelo Ministério Público Federal (MPF), a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) alegou falta de recursos para continuar a obra.

Segundo a moradora Raimunda Antunes Coelho, de 71 anos, a vigilância que havia no prédio, tombado pelo patrimônio histórico, foi retirada. “O ladrão entra aí para se esconder da polícia. Deveriam fazer um muro ou colocar segurança novamente, para evitar isso”, reclama.

Raimunda afirma não entender o motivo da obra não ser concluída. “Quando o prefeito anterior (Edmilson Rodrigues) deixou o governo não faltava muito para terminar”. A moradora comenta que se houvesse boa vontade, o bem seria recuperado e transformado em um espaço de visitação à população.

Morador há dez anos na Doutor Assis, Ely Santos questiona não só a razão da recuperação do Palacete Pinho estar parada, como também o tapume que, enfatiza ele, tem impedido o tráfego dos pedestres. “A gente tem que andar no meio da rua, sob o risco de ser atropelado”, comenta.

A presidente da Associação da Cidade Velha, Cidade Viva, Dulce Roque, caracteriza o abandono do palacete como um “ato absurdo da PMB”. Ela enfatiza que desde o ano passado tem pedido a continuação da obra. Para ela, depois do patrimônio estar em estágio avançado de recuperação, houve um retrocesso ao ponto de presenciar novamente o início da sua depredação.

Para a arquiteta Jussara Derenji, o prédio, construído no século XIX pelo comendador português Pinho, tem importância arquitetônica para a capital paraense por vários motivos, dentre eles o valor do conjunto de azulejos, considerado como um dos poucos exemplares ainda preservados em Belém.

*Fonte: Edna Nunes/Diário do Pará

Fotografia: Ney Marcondes/Diário do Pará

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